Distribuição gratuita de autoteste de HIV tem eficácia testada entre HSH do Reino Unido
Gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) continuam sendo desproporcionalmente afetados pelo HIV ao redor do mundo, e o autoteste para a detecção do vírus pode ser uma importante ferramenta de prevenção entre essa população.
Estudo conduzido por David Dunn, do Instituto de Saúde Global, em Londres, no Reino Unido, e outros pesquisadores, examinou a eficácia e a viabilidade da distribuição gratuita de kits com autotestes de HIV para HSH britânicos. A análise foi publicada, em 1° fevereiro de 2025, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes.
De abril de 2020 a junho de 2023, um total de 2.308 HSH, maiores de 16 anos e residentes na Inglaterra e no País de Gales, foram incluídos na análise por meio de anúncios em redes sociais e sites de relacionamento. Os participantes receberam acompanhamento por uma média de 27 meses. Todos eram HIV negativos e relataram sexo anal sem preservativo nos três meses anteriores à inclusão.
Os voluntários foram randomizados aleatoriamente para dois grupos: um que receberia kits gratuitos com autotestes de HIV a cada três meses e outro que receberia aconselhamento de prevenção, mas que não receberia nenhum kit.
Ao final do período de acompanhamento, a proporção de participantes que relataram a realização de pelo menos um teste de HIV foi consideravelmente maior entre aqueles que receberam kits gratuitos com autotestes, em comparação com os que não receberam nenhum kit (88% contra 39%). No geral, foram registradas 16 infecções pelo vírus durante a pesquisa (taxa de 0,35 casos por 100 pessoas-ano), sem uma diferença significativa entre os dois grupos.
De acordo com os autores, o fornecimento gratuito de kits com autotestes de HIV para HSH foi uma prática positiva, que aumentou substancialmente a quantidade de testes realizados por essa população. No entanto, destacam que a distribuição dos kits não ajudou a reduzir a incidência de infecções pelo vírus e ressaltam a importância da utilização de outras ferramentas de prevenção, como a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV e o preservativo.
Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, de 1° de fevereiro de 2025.