HIV, IST e Outros

Dolutegravir/lamivudina é recomendado para pessoas “virgens” no tratamento do HIV

O dolutegravir associado à lamivudina é recomendado como terapia antirretroviral preferencial para pessoas que vivem com HIV, mas sua eficácia ainda não havia sido testada em pacientes sem um tratamento prévio para o vírus.

Estudo publicado em 1° de fevereiro de 2025, na revista The Lancet HIV, teve como objetivo testar a eficácia dessa combinação em pessoas consideradas “virgens” no tratamento do HIV. A análise foi conduzida por Ezequiel Cordova, do Instituto IDEAA, em Buenos Aires, na Argentina, e outros pesquisadores.

De novembro de 2020 a agosto de 2022, 214 participantes com HIV, sem tratamento prévio, foram selecionados para um grupo que receberia dolutegravir associado à lamivudina ou para outro grupo que receberia dolutegravir associado ao fumarato de tenofovir desoproxila (TDF) e emtricitabina ou lamivudina. Todos residiam na capital argentina.

A média de idade da amostra foi de 31 anos e o número de homens era semelhante ao de mulheres. No momento da inclusão, 31% dos voluntários tinham carga viral superior a 100 mil cópias/ml e 21% possuíam contagem de CD4 inferior a 200 células/mm³.

Ao final de 48ª semana, 97 (92%) dos 106 participantes do grupo de dolutegravir associado à lamivudina e 96 (89%) dos 108 do outro grupo alcançaram a supressão viral (carga viral inferior a 50 cópias/ml). Aqueles que não tiveram a carga viral suprimida durante esse período iniciaram o tratamento com outros antirretrovirais e foram afastados da análise.

A partir daí, apenas um voluntário do grupo de dolutegravir associado à lamivudina e dois participantes do grupo de dolutegravir associado ao TDF e emtricitabina ou lamivudina experimentaram um rebote viral até o final do período de acompanhamento. Ninguém desenvolveu mutações de resistência às substâncias utilizadas.

Segundo os autores, o estudo não constatou inferioridade da combinação de dolutegravir associado à lamivudina em comparação com o outro regime estudado junto a pessoas que viviam com HIV sem tratamento prévio. Eles destacam a importância do tratamento precoce, independentemente das substâncias utilizadas, em especial entre as populações mais afetadas pelo vírus.

Fonte: site da The Lancet HIV de 1° de fevereiro de 2025.

(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(24)00294-7/abstract)