Combinação de medicamentos mostra eficácia em crianças maiores de dois anos com HIV
Estudo conduzido por Eva Natukunda, da Joint Clinical Research Centre, na cidade de Kampala, em Uganda, e outros pesquisadores, investigou a eficácia de um medicamento antirretroviral baseado na associação entre elvitegravir/cobicistate/emtricitabina/fumarato de tenofovir alafenamida para o tratamento do HIV em crianças maiores de dois anos. O ensaio foi publicado, em 30 de janeiro de 2025, no Journal of the International AIDS Society.
De janeiro a dezembro de 2022, 127 crianças nascidas nos Estados Unidos, Tailândia, Uganda e África do Sul foram incluídas na análise. No momento da inclusão, a média de idade era de seis anos, o peso corporal médio de 19,3 kg e a contagem média de CD4 de 1.061 células/mm³.
A maioria (97%) havia adquirido o HIV por meio da transmissão vertical (durante a gestação, no parto ou na amamentação). A mediana de exposição à combinação de medicamentos foi de 48,3 semanas. No total, 15% dos participantes apontaram efeitos colaterais leves ou moderados em virtude do medicamento. Não houve casos de efeitos colaterais graves.
Na 24ª semana, 96% apresentavam supressão viral. Ao final do período de acompanhamento de 12 meses, esse índice caiu para 85%. As crianças que não alcançaram a supressão viral até a semana 24 ou que sofreram um rebote viral após esse período receberam indicação para seguir o tratamento com outras substâncias e continuaram sendo monitoradas pela equipe do estudo.
Para os investigadores, o elvitegravir/cobicistate/emtricitabina/fumarato de tenofovir alafenamida é seguro, eficaz e pode representar um avanço significativo no tratamento do HIV em crianças maiores de dois anos. No entanto, ressaltam que novas pesquisas são necessárias para ratificar essas descobertas e ampliar o acesso ao medicamento para outros países.
Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 30 de janeiro de 2025.
(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26414)