Estudos comprovam que a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV baseada no cabotegravir injetável de longa duração (CAB-LA) é altamente eficaz na prevenção do vírus, mas diagnósticos tardios do HIV e mutações de resistência ao inibidor da integrase são frequentemente investigados em ensaios clínicos.

O estudo SeroPrEP, conduzido por Catherine Koss, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, relatou o primeiro caso de soroconversão do HIV entre usuários de CAB-LA em serviços de prevenção. A análise foi publicada, em 9 de setembro de 2024, na revista Open Forum Infectious Diseases.

Desde 2022, com objetivo de avaliar diagnósticos, concentrações de medicamentos antirretrovirais, mutações de resistência e resultados de tratamentos, o SeroPrEP incluiu pessoas norte-americanas e porto-riquenhos que adquiriram o HIV após a utilização de diferentes modalidades de PrEP. Mutações de resistência foram identificadas por sequenciamento de genoma único e concentrações de medicamentos no plasma foram medidas por meio de cromatografia líquida.

Um participante de 24 anos, gênero não binário (identificado como homem no nascimento), que reiniciou o CAB-LA seis meses após a sua descontinuidade, devido à perda do seguro saúde, foi diagnosticado com HIV. O paciente, que apresentava mutações de resistência ao inibidor da integrase, testou negativo para o vírus antes de reiniciar o medicamento, mas recebeu o resultado positivo logo após a aplicação da segunda injeção de CAB-LA.

Imediatamente, foi dado início à terapia antirretroviral com darunavir/cobicistate/emtricitabina/tenofovir alafenamida e em poucas semanas o participante alcançou a supressão viral. Após seis meses, o tratamento foi alterado para doravirina/emtricitabina/tenofovir alafenamida em decorrência de reações adversas, como náuseas.

De acordo com os autores, esse foi o primeiro caso identificado de infecção pelo HIV em um usuário de CAB-LA com resistência ao inibidor da integrase. Eles ressaltam que soluções para minimizar o tempo entre o teste de HIV e o início do CAB-LA são necessárias a fim de otimizar a detecção do vírus e mitigar o risco de mutações de resistência.

Fonte: site da Open Forum Infectious Diseases, de 9 de setembro de 2024.

(https://academic.oup.com/ofid/article/11/9/ofae468/7741202)