HIV, IST e Outros

Pacientes que vivem com HIV priorizam bem-estar físico em detrimento da saúde psicossocial

Publicado, em 10 de maio de 2024, no Journal of the International AIDS Society, estudo conduzido por Cheng Wong, do Centro Nacional de Doenças Infecciosas, localizado na cidade de Singapura, em Singapura, e outros pesquisadores, teve como principal objetivo investigar fatores relacionados ao bem-estar físico e a saúde psicossocial em pessoas que viviam com HIV em Singapura e Hong Kong.

Os autores do trabalho realizaram, de fevereiro a maio de 2022, entrevistas presenciais com 58 pacientes com HIV (30 de Singapura e 28 de Hong Kong) para explorar suas percepções de bem-estar físico e saúde psicossocial. As respostas foram analisadas qualitativamente por meio de um modelo que apresentava conteúdos dedutivos e indutivos, desenvolvido especialmente para a pesquisa.

Todos os participantes tinham de 18 e 49 anos. A maioria era de homens (93,2%) e não negros (98,7%). Cerca de 90% se diziam gays, bissexuais ou outros homens que fazem sexo com homens (HSH), 73,3% possuíam o ensino médio ou superior completo e 57,1% estavam formalmente empregados.

Tanto em Singapura como em Hong Kong, a disposição física e a ausência de sintomas relacionados ao HIV foram citadas como fatores fundamentais para a percepção de bem-estar físico. Aspectos considerados relevantes pelos pesquisadores, como a saúde cardiovascular e a saúde renal, acabaram relegados a um segundo plano.

Outros fatores relatados como importantes para o bem-estar físico eram a ausência de efeitos colaterais advindos do tratamento antirretroviral ao HIV e ter uma boa qualidade de sono. Para a surpresa dos investigadores, a maior parte dos entrevistados afirmou priorizar o bem-estar físico em detrimento da saúde psicossocial, usualmente delegadas a profissionais especializados ou grupos de apoio com outros pacientes que viviam com o vírus.

De acordo com os autores, há necessidade de se capacitar as pessoas com HIV nos dois países para que elas estabeleçam uma melhor comunicação com os profissionais de saúde e entendam a importância dos cuidados com o HIV, não apenas para o corpo, como também para a mente.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 10 de maio de 2024.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26250#msdynttrid=GxY_doJ6zrIjwW_tkmjr6_mD-F9pbLhA5kQXOPRNEQw)