Esquemas de ação prolongada e liberação estendida para tratamento e prevenção do HIV estão começando a se tornar acessíveis globalmente. Um desses novos esquemas, com aplicação bimestral do cabotegravir injetável de ação prolongada, por exemplo, já recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil, entre diversas instituições internacionais.

A nova geração desses esquemas de ação prolongada e liberação estendida – muitos deles em fase de estudo ou regulamentação – pode superar os principais desafios de outras estratégias de tratamento e prevenção de HIV, em especial com relação ao uso de comprimidos orais diários. Simultaneamente à aprovação dessas novas opções, questões relativas à sua implementação e viabilidade no mundo real vêm sendo discutidas.

A edição de julho de 2023 do Journal of the International AIDS Society dedicou-se a explorar as múltiplas discussões suscitadas pela disponibilização em larga escala desses novos esquemas. No editorial da publicação, seus editores, Sinéad Delany-Moretlwe, da Universidade da Pensilvânia (EUA), e outros autores, reforçam o comprometimento em encontrar soluções para disponibilizar os esquemas de ação prolongada e liberação estendida às populações que deles mais necessitam.

O editorial aborda temas tratados nos artigos, como estratégias para diminuir os altos custos dos novos medicamentos, sua aceitabilidade entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens jovens, possíveis maneiras de gerenciar a mudança dos medicamentos em centros de tratamento, a melhor forma de oferecê-los e como alcançar aqueles em maior risco de infecção para o HIV.

Tal como afirmam os editores em seu texto, “os esquemas de ação prolongada e liberação estendida possuem o potencial de reconfigurar o cenário de tratamento e prevenção do HIV com regimes de dosagem medidas em meses ao invés de dias. Para alcançar seu máximo impacto, é importante reconhecer que inovações em produtos para o tratamento do vírus e em outras áreas da medicina sempre enfrentam diversos desafios no tocante à sua implementação em larga escala”.  

Link para o texto: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26126