Alimentação saudável pode melhorar os resultados de saúde em pessoas com HIV
Um estudo norte-americano, conduzido por Kartika Palar, da Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), e outros pesquisadores, descobriu que refeições com alimentos considerados saudáveis, combinados com educação nutricional, podem reduzir o risco de insegurança alimentar e melhorar a saúde mental de pessoas que vivem com HIV. A análise foi publicada, em 21 de junho de 2024, no Journal of Infectious Diseases.
O estudo incluiu, de 2016 a 2017, 191 participantes, moradores da cidade de São Francisco, maiores de 18 anos e com a capacidade de armazenar e aquecer alimentos perecíveis. A maioria dos voluntários era do sexo masculino e possuía mais de 50 anos. O tempo médio desde o diagnóstico do HIV era de 22 anos.
No total, 93 pessoas foram designadas para o grupo de intervenção da pesquisa, tendo recebido alimentos com baixos teores de açúcar refinado e gorduras saturadas, além de frutas, vegetais frescos, grãos integrais e proteínas magras. Todos tiveram acesso a duas palestras sobre educação alimentar e três aulas de nutrição.
Os 98 participantes do grupo de controle receberam diversos tipos de alimentos (incluindo muitos considerados não saudáveis). A maioria se reuniu brevemente com nutricionistas, mas sem a realização de aulas ou palestras sobre nutrição.
Ao final do período de acompanhamento, o risco de enfrentar insegurança alimentar grave foi 77% menor entre os voluntários do grupo de intervenção quando comparados aos do grupo de controle. Da mesma forma, os participantes do grupo de intervenção apresentaram 68% menos chances de desenvolver sintomas severos de depressão e outros transtornos mentais, em comparação com os do grupo de controle.
Os investigadores registraram diminuição no consumo de alimentos ricos em açúcar refinado e gordura saturada quase semelhante nos dois grupos. Em contrapartida, não foi notada nenhuma diferença na ingestão de frutas e vegetais.
O estudo conclui que uma alimentação saudável e balanceada tem o potencial de reduzir o risco de insegurança alimentar e melhorar os resultados de saúde mental em pessoas com HIV. Seus autores destacam que a falta de alimentos é uma das principais causas de hospitalizações e mortes relacionadas ao vírus em São Francisco.
Fonte: site do Journal of Infectious Diseases, de 21 de junho de 2024.