Em populações que registram alta prevalência de HIV, o aumento da aceitação da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, incluindo a modalidade injetável de longa duração, pode reduzir significativamente a incidência de infecções causadas pelo vírus. No entanto, a falta de dados sobre o interesse de mulheres transgênero na PrEP injetável limita a compreensão do impacto da profilaxia nesse público.

Estudo conduzido por Erin Cooney, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, em Batimore, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, teve como objetivo investigar fatores que levaram as mulheres trans norte-americanas a aderir à PrEP injetável. A análise foi publicada, em 29 de maio de 2024, no Journal of Acquired Deficiency Syndrome.

O estudo incluiu, de março de 2019 a setembro de 2021, 867 mulheres trans, residentes nos Estados Unidos, que responderam a questionários com diversas perguntas relacionadas à PrEP injetável. Os pesquisadores utilizaram modelos de regressão de Poisson para avaliar os principais fatores de interesse nessa modalidade da profilaxia.

No momento da inclusão, 15% das voluntárias eram usuárias de PrEP oral, enquanto 11%  ex-usuárias da profilaxia. O interesse na PrEP injetável foi mais comum entre as participantes negras, com ensino superior completo ou incompleto e com relato de insegurança alimentar.

O interesse na PrEP injetável também foi considerado alto entre as usuárias que registravam alta adesão à PrEP oral e entre as voluntárias que já haviam iniciado a profilaxia, mas que descontinuaram o uso. Em contrapartida, as participantes que nunca tinham tomado ou não conheciam a PrEP mostraram pouco ou nenhum interesse em utilizá-la.

Na opinião dos autores do trabalho, a relação entre mulheres trans e PrEP injetável variou de acordo com as características demográficas e clínicas. Eles afirmam que o crescente interesse de mulheres trans negras e aquelas que descontinuaram a PrEP oral ressaltam a necessidade de se aumentar a oferta da profilaxia na modalidade injetável para a toda população de mulheres trans dos Estados Unidos.

Fonte: site do Journal of Acquired Deficiency Syndrome, de 29 de maio de 2024.

(https://journals.lww.com/jaids/abstract/9900/interest_in_long_acting_injectable_prep_among.440.aspx)