A adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) em ambientes clínicos do mundo real ainda é considerada insatisfatória. Novas modalidades da profilaxia, todas de longa duração, estão sendo disponibilizadas para esse público, incluindo opções injetáveis, implantes subdérmicos e outras formulações orais.

Estudo liderado por Brooke Rogers, da Universidade Brown, em Providence, nos Estados Unidos, analisou o potencial das modalidades de longa duração no sentido de melhorar a retenção entre aqueles que têm dificuldade de permanecer aderentes à PrEP oral diária. A pesquisa foi publicada, em 28 de agosto de 2023, na revista BMC Public Health.

Durante o ano de 2020, foram entrevistados 49 HSH de três cidades norte-americanas (Providence, Jackson e Saint Louis), que iniciaram e interromperam o uso da PrEP oral. Por meio de análise temática, os pesquisadores examinaram as perspectivas dos participantes sobre as modalidades de longa duração da profilaxia e como essas perspectivas poderiam afetar a sua utilização.

A média de idade dos voluntários era de 29,5 anos, sendo a maioria branca (73,5%), não hispânica/latina (89,8%), e todos identificados como pertencentes a minorias sexuais (gays, bissexuais e/ou homens queer) – a maior parte possuía plano de saúde privado (73%). Antes da inscrição no estudo, 75,5% não tinham experiência anterior com o uso de PrEP.

Os pesquisadores descobriram que os participantes não possuíam muito conhecimento sobre as modalidades de longa duração da PrEP, mas estavam abertos a aprender e consideravam utilizá-las. A maioria demonstrava preocupação com a segurança e a eficácia dos medicamentos, uma vez que alguns deles eram recentes ou estavam em desenvolvimento. Os entrevistados mostraram preferência por comprimidos orais, substâncias injetáveis e, por último, implantes subdérmicos. Opções que reduzissem o número de visitas à clínica também foram priorizadas.

De acordo com os autores, as modalidades de longa duração da PrEP são bem aceitas pelos HSH e têm o potencial de melhorar a adesão à profilaxia. À medida que essas modalidades forem implementadas, campanhas de saúde pública e intervenções clínicas tendem a maximizar a adesão, especialmente entre aqueles que atualmente não fazem uso da PrEP oral diária.

Fonte: site da revista BMC Public Health, de 28 de agosto de 2023.

(https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-023-16382-4)