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Pessoas que vivem com HIV apresentam maior risco de depressão e suicídio na Dinamarca

Um estudo, liderado por Lars Omland, da Universidade de Copenhage, na Dinamarca, acompanhou pessoas vivendo com HIV por mais de 20 anos e descobriu um risco três vezes maior de suicídio e duas vezes maior de depressão nesse público do que na população em geral do país. A análise foi publicada, em 13 de maio de 2022, no site da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

De 1995 a 2021, o trabalho incluiu 5.943 dinamarqueses diagnosticados com HIV durante esse período, sendo 70% homens. Para cada pessoa vivendo com HIV foram pareados dez indivíduos HIV negativos do mesmo sexo e da mesma faixa etária.

Nos primeiros dois anos após o diagnóstico do HIV, os participantes que viviam com o vírus tinham três vezes mais chances de desenvolver um quadro de depressão, mas ao longo do tempo essa taxa foi reduzida para duas vezes. Após dez anos de acompanhamento, 3,9% dos voluntários com HIV e 1,8% das pessoas sem o vírus necessitaram de algum tipo de atendimento hospitalar para tratar de depressão.

O risco de suicídio foi especialmente elevado nos primeiros anos após o diagnóstico do HIV, com uma taxa dez vezes maior entre aqueles que viviam com o vírus. Passado o período de maior vulnerabilidade, os participantes com HIV tinham aproximadamente três vezes mais chances de cometer o suicídio.

Embora essas estatísticas possam dar a impressão de que o suicídio é comum entre os dinamarqueses, os números absolutos foram relativamente baixos: depois de uma década de acompanhamento, 0,6% das pessoas que viviam com HIV se suicidaram, em comparação com 0,2% dos indivíduos sem o vírus.

“Nossas descobertas destacam as sérias implicações de um diagnóstico positivo do HIV para a saúde mental e ratificam a importância da identificação imediata de sintomas de depressão nessa população”, afirmam os autores. “Os cuidados com pacientes que vivem com o vírus, que tradicionalmente se concentram na saúde mental, devem se estender também para o bem-estar emocional”, finalizam.

Fonte: site da AAAS, de 13 de maio de 2023.

(https://www.eurekalert.org/news-releases/984677)