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Resultado parcial da pesquisa PrEP Brasil entre abril de 2014 a abril de 2015

Muita gente nos escreve perguntando se há dados disponíveis sobre a PrEP Brasil. Já que o estudo ainda se encontra em andamento, não contamos com resultados definitivos, mas é possível compartilhar alguns números provisórios.

Beatriz Grinsztejn, da Fiocruz, apresentou dados preliminares sobre o projeto PrEP Brasil no evento 8th IAS Conference on HIV Pathogenesis, Treatment & Prevention, que ocorreu entre 19 e 22 de julho de 2015 em Vancouver, Canada. Abrangendo o período entre os meses de abril de 2014 a abril de 2015, a apresentação de Grinsztejn relacionou a fase do estudo ocorrida no Rio de Janeiro e São Paulo, no INI-Fiocruz-RJ, CRT-SP e USP-SP (é importante destacar que o projeto atualmente também acontece em Porto Alegre e Manaus).

Durante o período e nos locais citados, 986 HSH (homens que fazem sexo com homens), mulheres transgênero e travestis se inscreveram para participar do projeto. Dentre estes, 798 eram elegíveis dentro dos critérios do estudo, e 409 foram incluídos de fato. A decisão de uso da PrEP, portanto, foi de 51,25%. Os voluntários se distribuíram da seguinte maneira: 175 participaram do projeto via Fiocruz, 135 pela CRT-SP e 99 pela USP. A média de idade ficou em torno de 29 anos; 93,5% possuíam 12 anos de estudo ou mais; 83,9% se identificavam como homossexuais, 8,8% como bissexuais, e 5,9% como mulher transgênero ou travesti.

Fatores associados com a decisão de uso da PrEP foram: recrutamento nos centros de estudos de São Paulo – CRT-SP (aRR 1.27; 95% CI 0.99-1,62) e USP-SP (aRR 1.72; 95% CI 1.33-2.24) – em relacao ao Rio de Janeiro – FIOCRUZ; possuir parceiro fixo (aRR 1.45, 95% CI 1.18-1.78); haver realizado um exame de HIV nos últimos 12 meses (aRR 1.65, 95% CI 1.32-2.05);  conhecimento sobre a existência da PrEP antes de ingressar no estudo (aRR 1.27, 95% CI 1.0-1.59); e ter feito sexo sem camisinha com homens duas ou mais vezes nos últimos 12 meses (aRR 1.65, 95% CI 1.32-

O projeto PrEP Brasil é o primeiro estudo demonstrativo com a PrEP em um país em desenvolvimento. De modo geral, a aceitação à PrEP foi alta. O perfil daqueles que mais aderiram ao estudo – aqueles com alto risco de contrair HIV e os que tinham conhecimento da PrEP – enfatiza a importância de melhorar a conscientização sobre os riscos do HIV e a da realização de uma ampla divulgação da PrEP entre as comunidades dos HSH e mulheres trans no Brasil.

Abaixo, reproduzimos uma tabela detalhada com os dados apresentados na conferência do IAS: